
Um escândalo político se desenha em Minas Gerais após a prisão de Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por tráfico de drogas. Glaycon foi detido pela Polícia Federal em flagrante no dia 23 de maio de 2025, na saída de Uberlândia (MG), com mais de 30 kg de maconha e porções de cocaína escondidas no porta-malas de um Toyota Etios. O destino da droga seria a cidade de Nova Serrana, reduto político da família Ferreira.
O que poderia ser mais um caso isolado de tráfico ganhou contornos políticos relevantes diante da relação direta entre o suspeito e o parlamentar. Glaycon é filho de Enéas Fernandes, tio de Nikolas e ex-candidato à prefeitura de Nova Serrana pelo PL – legenda que conta com forte atuação do deputado na região. Em 2024, Nikolas destinou R$ 1 milhão em emendas parlamentares para o município, que coincidentemente abriga membros de sua família com envolvimento político direto.
Durante a abordagem policial, Glaycon confessou estar transportando a droga, mas se recusou a informar o destinatário. Na audiência de custódia, sua prisão foi convertida em preventiva, devido à gravidade do crime e à quantidade de entorpecentes apreendidos.
Apesar da proximidade familiar e política com o acusado, Nikolas Ferreira se manteve em silêncio desde a prisão do primo. A ausência de posicionamento do deputado, que costuma se manifestar com veemência em temas ligados à criminalidade e à “defesa da família”, foi interpretada por analistas como uma tentativa de se desvincular de um caso que atinge diretamente seu núcleo familiar e sua base eleitoral.
Caso as investigações avancem nesse sentido, o caso poderá comprometer não apenas a imagem de Nikolas Ferreira, mas também seu capital político junto à ala conservadora e seus planos de crescimento dentro do PL. Até o momento, a defesa de Glaycon não se pronunciou. O silêncio de Nikolas, porém, ressoa mais alto.