O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello. A decisão veio após o STF rejeitar os últimos recursos apresentados pela defesa do ex-mandatário contra sua condenação a 8 anos e 10 meses de reclusão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A sentença está vinculada às investigações da Operação Lava Jato, um dos maiores escândalos de corrupção da história do país. Segundo a denúncia acolhida pela Corte, Collor foi beneficiado por um esquema de propinas no âmbito da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, recebendo vantagens indevidas que ultrapassam a cifra de R$ 20 milhões.
Na decisão, Moraes afirmou que a manutenção da liberdade de Collor, diante da confirmação da condenação pelo plenário do STF, “compromete a credibilidade da Justiça penal” e enfatizou a necessidade do imediato cumprimento da pena. Com isso, o ex-presidente, que governou o Brasil entre 1990 e 1992, torna-se o primeiro chefe de Estado eleito pelo voto direto após a redemocratização a cumprir pena de prisão por corrupção.
A defesa de Collor classificou a decisão como “injusta e desproporcional” e informou que irá recorrer a cortes internacionais para tentar reverter a sentença. Até o fechamento desta edição, ainda não havia confirmação oficial sobre o local onde o ex-presidente deverá iniciar o cumprimento da pena.
A prisão de Collor marca mais um capítulo da extensa lista de políticos de alto escalão brasileiros condenados por envolvimento em esquemas de corrupção, num cenário que segue desafiando a credibilidade das instituições públicas e reacendendo o debate sobre impunidade e ética na política nacional.