Em um novo capítulo da crescente tensão comercial entre China e Estados Unidos, o governo chinês anunciou nesta sexta-feira (11) um aumento nas tarifas de importação sobre produtos norte-americanos, elevando-as de 84% para 125%. A medida é uma resposta direta à recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, que havia elevado as tarifas sobre produtos chineses para 145%.
Segundo comunicado do Ministério das Finanças da China, a ação norte-americana foi classificada como “bullying unilateral e coerção econômica”, e uma violação clara das normas internacionais de comércio. Pequim afirma que a decisão de Trump compromete a estabilidade do comércio global e prejudica a cooperação econômica entre as duas potências.
A China também apresentou uma nova queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), reforçando sua posição de que os Estados Unidos estão adotando práticas comerciais ilegais e protecionistas.
Os impactos já começaram a ser sentidos. A montadora norte-americana Tesla, por exemplo, suspendeu temporariamente os pedidos de seus modelos Model S e Model X na China devido ao aumento das tarifas, o que deve afetar significativamente as operações da empresa no maior mercado automotivo do mundo.
Líderes europeus, como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, manifestaram preocupação com o agravamento da guerra comercial. A União Europeia estuda possíveis medidas de retaliação e busca alternativas diplomáticas para amenizar os efeitos da disputa sino-americana na economia global.
Especialistas alertam que a escalada tarifária pode provocar uma retração de até 7% no comércio internacional e uma queda de 0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Países em desenvolvimento devem ser os mais afetados, diante da instabilidade nos fluxos comerciais e do aumento dos custos de importação e exportação.
Com os ânimos acirrados e sem sinal de recuo por parte de Washington ou Pequim, o cenário aponta para uma prolongada disputa comercial, cujos desdobramentos ainda são imprevisíveis — mas certamente de grande impacto para a economia global.