O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22) após uma operação emergencial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção ocorreu depois de a PF identificar tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, além da constatação de risco iminente de fuga, segundo informações preliminares de investigadores envolvidos no caso.
A prisão de Bolsonaro acontece enquanto ele cumpria medidas cautelares impostas pelo STF, entre elas o uso obrigatório da tornozeleira eletrônica, proibição de contatos políticos e entrega do passaporte. A PF teria detectado movimentações suspeitas, além de uma tentativa de burlar o equipamento, o que levou à ação imediata.
De acordo com fontes próximas ao inquérito, a tornozeleira apresentou alertas de manipulação, o que, somado a deslocamentos não autorizados, acendeu o sinal de alerta na polícia. Técnicos identificaram indícios de adulteração, e peritos confirmaram que o equipamento havia sido tocado de forma irregular.
PF e STF falam em “risco real de fuga”
Além da tentativa de violação da tornozeleira, a Polícia Federal entregou ao STF um relatório indicando risco real e imediato de fuga do país. Investigadores afirmam que Bolsonaro teria iniciado movimentações que “não são compatíveis com o cumprimento das medidas restritivas”, incluindo tentativas de contato com aliados no exterior.
Relatos apontam que a PF detectou conversas e ações indicando que o ex-presidente cogitava deixar o Brasil clandestinamente, possivelmente pela fronteira terrestre, assim como fez o Ramagem, além do chamamento do a uma “luta” feito pelo seu filho e senador Flávio Bolsonaro, na forma de virgília. Esses fatos motivaram o Supremo a decretar a prisão preventiva ainda durante a madrugada.
Prisão não está relacionada à condenação anterior
Importante destacar que a prisão não faz parte do cumprimento da condenação de 27 anos relacionada à tentativa de golpe de Estado.
A detenção deste sábado está exclusivamente vinculada à violação da tornozeleira eletrônica e ao risco iminente de fuga, fatores que quebram as condições impostas pelo STF.
Ou seja, trata-se de uma prisão preventiva, adotada para garantir o andamento das investigações e impedir que o acusado deixe o território nacional.
Polícia Federal realiza operação discreta
A operação para prender Bolsonaro foi realizada de forma discreta, seguindo determinação do ministro Alexandre de Moraes para evitar exposição desnecessária, por tratar-se de um ex-chefe de Estado.
Agentes chegaram antes das 6h ao local onde Bolsonaro estava hospedado, em Brasília, e o conduziram sem resistência. Ele foi levado para uma unidade da PF para realização dos procedimentos legais.
Repercussão política já é intensa
A prisão provocou forte comoção política. Aliados do ex-presidente chamaram a decisão de “exagerada”, enquanto opositores afirmaram que a PF agiu para “impedir nova fuga histórica no país”.
No Congresso, parlamentares pedem explicações formais do Ministério da Justiça e da própria PF sobre a operação, enquanto juristas ressaltam que a prisão preventiva é medida prevista sempre que há risco comprovado de fuga.
Especialistas: tentativa de violação da tornozeleira é suficiente para prisão
Juristas consultados afirmam que, ao tentar violar a tornozeleira eletrônica, Bolsonaro interrompe voluntariamente o cumprimento de uma medida cautelar, o que permite ao STF determinar imediatamente sua prisão.
Além disso, o risco real de fuga reforça a decisão. “Nesses casos, a prisão é não apenas legal, mas necessária”, explicou um professor de Direito Constitucional ouvido pela reportagem.
Situação de Bolsonaro deve se complicar
Com a prisão, advogados avaliam que Bolsonaro deve enfrentar dificuldades para recuperar a liberdade rapidamente.
A tentativa de adulteração da tornozeleira pode gerar novos processos, além de pesar negativamente nos inquéritos já em andamento.
O STF deve decidir nos próximos dias se a prisão será convertida em preventiva contínua, se Bolsonaro será transferido para unidade prisional específica ou se retornará à prisão domiciliar, mas agora sob condições ainda mais severas.
