
Em um momento de elevada tensão no Oriente Médio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta segunda-feira, no Kremlin, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi. O encontro acontece apenas dois dias após o ataque militar conduzido pelos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, um episódio que reacendeu os temores de uma escalada regional.
Segundo fontes do governo russo, a reunião foi solicitada com urgência por Teerã, que busca apoio diplomático para enfrentar as consequências da ofensiva americana. Durante o encontro, Araqchi classificou a ação dos EUA como uma “violação flagrante do direito internacional e um ato de agressão sem precedentes contra a soberania iraniana”. Ele pediu uma resposta coordenada da comunidade internacional.
Putin, por sua vez, manifestou preocupação com o aumento da instabilidade na região e defendeu uma solução diplomática para o impasse. “A Rússia apela por contenção de todas as partes envolvidas e reforça seu compromisso com o diálogo como única saída viável para evitar um conflito maior”, declarou o presidente russo em comunicado oficial.
A visita de Araqchi a Moscou ocorre em meio a intensas movimentações diplomáticas. Informações de bastidores indicam que o Irã busca o apoio de aliados estratégicos, como a Rússia e a China, para levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Teerã também tem pressionado por uma reunião de emergência entre os países signatários do Acordo Nuclear de 2015, parcialmente desfeito nos últimos anos após a saída dos EUA.
Analistas internacionais veem o encontro no Kremlin como um sinal de que Moscou pretende reforçar sua posição como mediadora em crises globais, mas alertam para o risco de um alinhamento mais explícito entre Rússia e Irã contra os interesses ocidentais.
Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos mantém a justificativa de que os ataques tiveram caráter preventivo, alegando que as instalações nucleares iranianas estavam prestes a entrar em operação com fins militares, contrariando os acordos internacionais.
Ainda não há previsão de novos encontros multilaterais, mas fontes diplomáticas confirmam que a Rússia pretende iniciar consultas com países europeus nos próximos dias, buscando evitar uma nova rodada de hostilidades no Golfo Pérsico.