
O drama vivido pelo jovem Jhameson Ferreira Gonçalves, de apenas 18 anos, evidencia mais uma vez a fragilidade da rede pública de saúde no Maranhão. Há 10 dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagy, Jhameson deu entrada com fortes dores de cabeça, que já persistiam há quatro dias. Após uma série de exames, foi constatado que ele apresenta um tumor encefálico, quadro que requer avaliação urgente de um neurocirurgião para definição do tratamento adequado.
Diante da demora no encaminhamento médico e da ausência de providências por parte do Estado e do Município de São Luís, a família do paciente recorreu à Justiça (vide decisão abaixo). Uma decisão judicial assinada pela juíza Maria José França Ribeiro, plantonista no dia 7 de junho de 2025, determinou que tanto o Governo do Maranhão quanto a Prefeitura de São Luís garantam o tratamento necessário de forma imediata. Até o momento, a decisão não foi plenamente cumprida.
A situação do jovem se agravou nos últimos dias. Enquanto permanece na UPA, à espera da transferência para uma unidade especializada, Jhameson foi diagnosticado com Influenza. A infecção respiratória foi adquirida durante sua permanência prolongada na unidade, que, por não dispor de estrutura adequada para pacientes de longa internação ou com necessidades neurológicas específicas, expôs o jovem a riscos adicionais.
A família de Jhameson denuncia negligência e cobra providências urgentes. “Estamos vivendo um pesadelo. Conseguimos uma decisão favorável na Justiça, mas nada foi feito. Agora, além do tumor, ele está gripado, com febre, tosse e muito fraco. Isso não é atendimento digno”, desabafa a mãe do jovem.
O caso levanta questionamentos sobre a efetividade das decisões judiciais na área da saúde pública e a responsabilidade das autoridades em garantir o acesso imediato ao atendimento especializado, sobretudo em casos graves. A Defensoria Pública do Estado acompanha a situação e cobra agilidade das secretarias de saúde envolvidas.
Até o fechamento desta matéria, não houve posicionamento oficial por parte do Governo do Estado do Maranhão nem da Prefeitura de São Luís. Enquanto isso, Jhameson segue aguardando, em condições precárias, por um tratamento que pode ser determinante para salvar sua vida.