O Brasil alcança 17 nomes na lista global de cientistas mais citados da Clarivate em 2025 — um a mais que no ano anterior — e se consolida como referência em áreas como ecologia, saúde, matemática e engenharia.
Brasil amplia presença na lista de cientistas mais citados do mundo em 2025
O Brasil alcançou em 2025 um novo marco no cenário científico internacional: 17 pesquisadores atuantes no país integram a lista dos cientistas mais citados do mundo, divulgada pela plataforma americana Clarivate. O resultado representa um crescimento em relação ao ano passado, quando 16 pesquisadores brasileiros foram reconhecidos.
Desde 2014, a Clarivate publica anualmente o ranking que identifica pesquisadores no topo de impacto acadêmico global, considerando o 1% mais citado em suas áreas, de acordo com os Indicadores Essenciais Científicos (ESI).
Áreas de destaque e critérios utilizados
O levantamento abrange artigos publicados entre 2014 e 2024, exclusivamente em periódicos indexados na plataforma Web of Science, como Nature e Science. Entre as áreas contempladas estão:
- Agronomia
- Biologia
- Engenharia
- Matemática
- Medicina
- Psicologia
- Ciência da Computação
- Ecologia e Meio Ambiente (com forte presença brasileira)
A seleção considera métricas bibliométricas como volume de citações, desempenho por subárea e impacto acumulado ao longo do tempo.
Ecologia e meio ambiente se destacam entre cientistas brasileiros
Dos 17 nomes reconhecidos, quatro pertencem à área de ecologia e meio ambiente, reforçando a relevância do Brasil nesse campo. Entre eles está o biólogo Mauro Galetti, professor da Unesp, presente no ranking desde 2019 e referência em pesquisas sobre biodiversidade e mudanças climáticas.
Galetti destaca que o reconhecimento representa o esforço contínuo da ciência:
“Um dos meus artigos mais citados levou mais de cinco anos para ser concluído. Ciência é tijolinho por tijolinho.”
Participação feminina cresce na ciência brasileira
Outro ponto relevante da lista de 2025 é o aumento da participação feminina, que passou de três para cinco pesquisadoras. Uma delas é a engenheira florestal Giselda Durigan, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). Segundo ela:
“É um reconhecimento inquestionável. Foram anos enfrentando barreiras em um campo majoritariamente masculino.”
USP lidera entre as instituições brasileiras
Na edição de 2025, 11 dos 17 pesquisadores brasileiros atuam em instituições do estado de São Paulo, sendo sete da USP. Entre os nomes da universidade estão pesquisadores ligados ao Nupens, referência em estudos de nutrição, alimentação e saúde pública.
Outras instituições representadas:
- Unesp
- Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA)
- CTI Renato Archer
- Cemaden
- PUC-Rio
- UFRGS
- PUC-RS
- UnB
- UFCG (Prof. Claudianor Alves, destaque do Nordeste)
Brasil sobe no ranking global e fortalece impacto científico
Em 2025, a lista mundial reúne 6.868 pesquisadores, com os Estados Unidos na liderança (2.670), seguidos por China, Reino Unido e Alemanha. O Brasil, que tinha apenas 5 nomes em 2014, agora consolida seu melhor desempenho histórico com 17 pesquisadores de alto impacto.
Para Mauro Galetti, o crescimento brasileiro se deve, em grande parte, ao papel da Fapesp:
“A Fapesp é fundamental. Mostra que investimento público em pesquisa funciona e precisa ser replicado por outros estados.”
Ciência brasileira ganha visibilidade global
A presença do Brasil na lista da Clarivate reforça o avanço científico nacional e a importância do investimento contínuo em pesquisa, inovação e formação acadêmica. O reconhecimento internacional consolida o país como referência em áreas estratégicas, especialmente na ecologia, saúde e ciências exatas.
